
DISCIPLINA /
AUTODISCIPLINA
por Elizabeth Clare Prophet - Texto
extraído da Pérola de Sabedoria - Vol. 41 - nr. 33
- Tradução de Maria Lúcia Vieira
Para assimilar a
sabedoria e pô-la em prática, nós devemos primeiramente investigar e
refletir sobre todos os fenômenos e retirar daí o que é verdadeiro.
Refletir sobre todos os
fenômenos e retirar o que é verdadeiro e corresponde ao ensinamento
dado pelo Senhor Maitreya sobre os três d's - Discernimento,
Discriminação e Determinação.
O Senhor Maitreya
ensinou-nos que um discípulo do Cristo Cósmico usa o três D's para
"implementar a própria divindade."
Nesta sua série sobre
iniciação, o Senhor Maitreya nos diz que a faculdade de
discernimento é o exercício do fogo amarelo do segundo raio.
É separar com a mente,
é reconhecer mentalmente, é detectar com os olhos da mente.
O discernimento é uma
faculdade da mente que capacita a alma a entender as mascaras das
diferenças, conforme ela examina as manifestações nos planos
relativos de vida e de morte, de bom e de mal.
O Senhor Maitreya
explica que uma vez que nós discernimos os elementos de uma
determinada situação, nós podemos exercitar o fogo rosa do coração
através da discriminação.
"E pela penetração do
Espírito Santo", diz ele, vocês isolam as características distintas
- as diferenças entre qualidades, personalidades e escolhas, nos
planos da Matéria.
A discriminação é a
avaliação por amor, que resulta no exercício de um bom julgamento.
Pois, a faculdade de
discernimento na mente torna-se discriminação no coração. E a
manifestação resultante é a implementação sábia e judiciosa do
melhor plano para se atingir os melhores resultados.
Assim sendo, investigar
e refletir sobre todos os fenômenos e retirar o que é verdadeiro é o
nosso primeiro passo. É o processo de considerar todos os fatores,
todas as alternativas, numa determinação situação.
Em seguida,
classificamos todos os fenômenos com os dedos da mente e clamamos
pelo apressar da Mente de Deus dentro de nós durante este processo.
Então entregamos a
questão inteira à intuição do coração e continuamos a orar por
direção e confirmação. E quando alcançamos nossas conclusões, nós
tomamos o próximo passo da fórmula:
Se queremos ser
honestos com nós mesmos e purificarmos nossos motivos, primeiramente
devemos assimilar a sabedoria e pô-la em prática. Mas como fazemos
isto?
Fazemos isto através da
autodisciplina. Eu estou me referindo à disciplina que se manifesta
porque nós verdadeiramente nos amamos - amamos nosso Ser Divino e
amamos nossa preciosa alma.
Neste sentido, nós
podemos ver como a disciplina da palavra vem da palavra "discípulo".
Eu não estou me referindo à autodisciplina de nos colocarmos sobre
algum padrão rígido imposto sobre nós. Pois isto é uma forma de
auto-castigo e de co-dependência.
No livro II das "Folhas
do Jardim de Morya" (publicado pela Agni Yoga), El Morya nos diz:
"O indivíduo deve
manifestar disciplina do espírito; sem ela o indivíduo não se torna
livre. Ao escravo, a disciplina do espírito será uma prisão; ao
liberto, será um jardim curador maravilhoso. Enquanto a disciplina
do espírito for restringente, as portas estão fechadas. Pois com
restrição o indivíduo não pode subir os degraus."
A Mestra Ascensa Clara
Louise compartilhou conosco alguns de seus pensamentos sobre
autodisciplina em 1991. Ela disse:
"A verdadeira
auto-disciplina nunca é rigidez, mas é Amor se manifestando através
dos poderes intuitivos da alma, pelo discernimento do coração, pelo
discernimento verdadeiro da mente. Estas são as qualidades
interiores dos cinco raios secretos que sensibilizam a alma ao
entendimento de que embora todas as regras sejam seguidas, sem Amor,
o discípulo não pode prosperar."
Johnson e Goodman
acreditam que esse amor é a essência interior e a fundação da
auto-disciplina. Eles dizem:
Auto-disciplina é o
conhecimento e a lembrança do nosso próprio valor e mérito quando
cada célula em nossos corpos está acreditando o contrário. Exige a
boa vontade, a coragem e a fortaleza em nos levantarmos e
continuarmos quando tudo o que nós queremos fazer é desistir...
Auto-disciplina é ter
fé no conhecimento de que nós somos pessoas boas; trabalhamos duro;
merecemos ser felizes. É saber que quaisquer pensamentos ou crenças
ao contrário são autodestrutivas, desmoralizantes, e só nos levam
para longe da verdade....
(Em seu livro "The
Essence of Parenting" - A Essência da Paternidade -, Anne Johnson e
Vic Goodman nos dão um excelente entendimento sobre autodisciplina.)
Todos nós cometemos
erros. Todos nós acabamos nos sentindo culpados por uma ou outra
coisa. A autodisciplina é a boa vontade em aceitar as nossas
próprias falhas e fracassos. É o toque suave do perdão quando nós
estamos gritando por retribuição. É saber que a nossa raiva, o
veneno bombeando em nosso sistema, o sentimento de que nós estamos
prestes a descarregar em nossas crianças ou em nossos esposos ou
amigos ou colegas de trabalho, é nosso e somente nosso.
A autodisciplina é
lembrar-se de que não há alguém para culpar; não há ninguém nos
fazendo sentir do modo como estamos sentindo; há somente a nossa
própria raiva.
É saber, nessas horas,
quando nós estamos apontamos o dedo, afogando-nos em
auto-justificativas, prontos para condenar, que tudo isto é um jogo
da consciência.
Com quem estamos
realmente zangados?
Por que nós estamos tão machucados?
Quem é que está se queimando com estes sentimentos?
...A autodisciplina
está em lembrar-se da verdade quando nossas mentes estão cheias de
dúvidas. É a boa vontade em alcançar repetidas vezes o amor e a
compaixão, a gentileza e a bondade que vive dentro do nosso coração.
Eu vejo a
autodisciplina como a lembrança de que temos uma chama trina de
Amor, Sabedoria e Poder em nosso coração.
Podemos visualizar
estas chamas a qualquer hora do dia para nos ajudar a mantermo-nos
centralizados. Pois a autodisciplina é o conhecimento de que Deus
vive dentro de nós a todos os momentos, e esse Deus é Amor.
A autodisciplina é
aceitar que a nossa natureza verdadeira é amor. E quando entendemos
isto, nós nos tornamos sensíveis às nossas necessidades e as
cumprimos.
Quando vocês tem um
sentido falso de autodisciplina, vocês podem se tornar viciados no
trabalho. Vocês podem tender ao exagero e ao abuso de seus corpos,
porque vocês acreditam na mentira de que vocês não merecem ser
amados assim como são.
A Mãe Divina os ama
assim como são!
E vocês são dignos do amor d'Ela assim como são!
A questão é estar
centralizado e agir e trabalhar porque isto agrada o Deus dentro de
vocês quando vocês o fazem.
Johnson e Goodman
explicam que a nossa consciência interior adquire o equilíbrio
através da autodisciplina. E quando nos tornamos conscientes e
aceitamos o nosso valor verdadeiro - e quando amamos e respeitamos a
verdade que vive dentro do nosso coração - então, somos capazes de
estender esta essência do nosso amor, aos outros.
Conforme nós aceitamos
e aplicamos a sabedoria do nosso coração, nós enlaçamos o próximo
nível da fórmula:
Se queremos estar em
conexão e sintonizados com o nosso coração, nós primeiramente
devemos nos tornar honestos com nós mesmos e purificarmos nossos
motivos.
Todos nós necessitamos
nos tornar mais honestos com nós mesmos. E a faísca de sabedoria em
nossos corações, dá-nos a coragem para realmente olharmos em nós
mesmos e sermos capazes de de ver o que é real, e o que não é.
Desta maneira, nós
podemos nos empenhar em um auto-inquérito e auto-reflexão
amorosamente e não, criticamente.
Mestre Tseng, um
discípulo principal de Confucio, disse:
"Eu me autoavalio três
vezes por dia. Tenho eu sido infiel em meus planos e transações com
os outros? Tenho eu sido inconfiável em minhas conversas e
interações com meus amigos? Estou eu pregando o que eu não pratico?"
Johnson e Goodman
chamam este processo de "tornando-se a testemunha de nossos
pensamentos". Eles nos dizem que nós devemos reduzir o nosso passo
para vermos o que se passa em nossas mentes.
Eles assinalam: "Nós
não somos nossos pensamentos, mas a testemunha de nossos
pensamentos. A testemunha não forma nenhuma opinião, julgamentos, ou
críticismo sobre o que vê.... Quando mais diligentemente praticarmos
ser as testemunhas, mais fácil será identificar e finalmente
substituir ou consumir um pensamento indesejável."
Quando compreendemos
que nossa natureza verdadeira é a amorosa sabedoria, nós temos a
fundação que nós necessitamos para começarmos a nos olhar
objetivamente e observarmos nossos modos de comportamento, nossos
motivos, a nossa psicologia e os nossos registros do passado.
Então, podemos receber
a ajuda psicológica que nós necessitamos. E podemos fazer o trabalho
espiritual com a chama violeta para nos libertarmos e nos tornarmos
as pessoas amorosas que nós verdadeiramente somos.
O quarto passo da
Fórmula:
Quando nos tornamos
honestos com nós mesmos e compreendemos que a nossa essência
verdadeira é amor, então nós entramos na próxima fase da fórmula:
Se queremos
cultivar-nos, nós primeiramente devemos entrar em sintonia e
afinamento com o nosso coração.
No budismo, entrar em
sintonia com o coração é conhecido como Percepção.
Percepção é estar
ciente de nossos pensamentos e sentimentos e, o mais importante,
estar atento às intimações de nosso Cristo Pessoal e da nossa
natureza búdica.
Um ensinamento do
Zen-budismo sobre percepção diz:
"No começo do espirro,
durante um susto, na ansiedade, acima de um abismo, voando em
batalha, em curiosidade extrema, no começo da fome, no fim da fome,
esteja ininterruptamente consciente".
Elizabeth Clare
Prophet
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Em uma aula da
mensageira no curso da Summit University.
ela contou uma história sobre autodisciplina de El Morya e Kuthumi,
quando eles ainda estavam encarnados.
Maria Lúcia Vieira
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Eles subiam a montanha
para ver seu Guru.
Kuthumi parava parou
para admirar a vista e olhar a beleza das flores. Mas El Morya tinha
pressa e não achava isso apropriado.
Finalmente, eles
chegaram ao Guru e receberam os ensinamentos, e sabe o que
aconteceu? El Morya não conseguia lembrar uma palavra disso, mas
Kuthumi reteve toda mensagem.
Isto porque Kuthumi
tinha um entendimento mais elevado de autodisciplina.
Após sua ascensão,
Morya passou este ensinamento para Helena e Nicolas Roerich que foi
publicado pela Agni Society. No livro 2 de “Folhas para o Jardim de
El Morya”, ele diz:
“Devemos manifestar a
disciplina de espírito, sem isso, não é possível tornar-se livre.
Para o escravo, disciplina de espírito seria a prisão, para o
liberto, seria o maravilhosos jardim da cura”.
Falamos da disciplina que vem porque você realmente ama a si mesmo,
seu Deus pessoal e a sua preciosa alma.
Amor, é a divina essência e fundação da autodisciplina.
Autodisciplina é
lembrar e conhecer nossos verdadeiros valores mesmo quando todas as
células em nosso corpo estão crendo de outra forma. Isto requer boa
vontade, força e fortaleza para elevar-se e continuar, quando tudo o
que queremos fazer é abandonar tudo.
Autodisciplina é ter fé
e conhecimento que somos boas pessoas e merecemos ser felizes. É
saber que cada pensamento e sentimento contrário conduz à derrota e
somente nos afasta da verdade.
E se é tarde da noite,
e você está completamente exausto, não se preocupe se a louça está
suja e a casa em desordem; você vai para a cama, tem o descanso que
necessita e limpa a casa no outro dia. Isto é autodisciplina.
Elizabeth Clare
Prophet