Disciplina/Autodisciplina
por Elizabeth Clare
Prophet
Para assimilar a
sabedoria e pô-la em prática, nós devemos primeiramente investigar e
refletir sobre todos os fenômenos, e retirar daí o que é verdadeiro.
Refletir sobre todos os
fenômenos e retirar o que é verdadeiro, corresponde ao ensinamento
dado pelo Senhor Maitreya sobre os três D's - Discernimento,
Discriminação e Determinação. O Senhor Maitreya ensinou-nos que um
discípulo do Cristo Cósmico usa o três D's para "implementar a
própria divindade."
Nesta sua série sobre
iniciação, o Senhor Maitreya nos diz que a faculdade de
discernimento é o exercício do fogo amarelo do segundo raio. É
separar com a mente, é reconhecer mentalmente, é detectar com os
olhos da mente.
O discernimento é uma
faculdade da mente que capacita a alma a entender as mascaras das
diferenças, conforme ela examina as manifestações nos planos
relativos de vida e de morte, de bom e de mau.
O Senhor Maitreya
explica que uma vez que nós discernimos os elementos de uma
determinada situação, nós podemos exercitar o fogo rosa do coração
através da discriminação. - "E pela penetração do Espírito Santo",
diz ele, "vocês isolam as características distintas - as diferenças
entre qualidades, personalidades e escolhas, nos planos da Matéria".
A discriminação é a avaliação por amor, que resulta no exercício de
um bom julgamento.
Pois, a faculdade de
discernimento na mente torna-se discriminação no coração. E a
manifestação resultante é a implementação sábia e judiciosa do
melhor plano para se atingir os melhores resultados.
Assim, investigar e
refletir sobre todos os fenômenos e retirar o que é verdadeiro, é o
nosso primeiro passo. É o processo de considerar todos os fatores,
todas as alternativas, numa determinação situação. Em seguida,
classificamos todos os fenômenos com os dedos da mente e clamamos
pelo apressar da Mente de Deus, dentro de nós, durante este
processo.
Então entregamos a
questão inteira à intuição do coração e continuamos a orar por
direção e confirmação. E quando alcançamos nossas conclusões, nós
tomamos o próximo passo da fórmula: Se queremos ser honestos com nós
mesmos e purificarmos nossos motivos, primeiramente devemos
assimilar a sabedoria e pô-la em prática. Mas como fazemos isto?
Fazemos isto através da
autodisciplina. Eu estou me referindo à disciplina que se manifesta
porque nós verdadeiramente nos amamos - amamos nosso Ser Divino e
amamos a nossa preciosa alma. Neste sentido, nós podemos ver como a
palavra disciplina vem da palavra "discípulo". Eu não estou me
referindo à autodisciplina de nos colocarmos sobre algum padrão
rígido imposto sobre nós. Pois isto é uma forma de autocastigo e de
codependência.
No livro II das "Folhas
do Jardim de Morya" (publicado pela Agni Yoga), El Morya nos diz: "O
indivíduo deve manifestar a disciplina do espírito; sem ela o
indivíduo não se torna livre. Ao escravo, a disciplina do espírito
será uma prisão; ao liberto, será um jardim curador maravilhoso.
Enquanto a disciplina do espírito for restringente, as portas estão
fechadas. Pois com restrição o indivíduo não pode subir os degraus."
A Mestra Ascensa Clara
Louise compartilhou conosco alguns de seus pensamentos sobre
autodisciplina. Ela disse: "A verdadeira autodisciplina nunca é
rigidez, mas é Amor se manifestando através dos poderes intuitivos
da alma, pelo discernimento do coração, pelo discernimento
verdadeiro da mente. Estas são as qualidades interiores dos cinco
raios secretos que sensibilizam a alma ao entendimento de que embora
todas as regras sejam seguidas, sem Amor, o discípulo não pode
prosperar."
Em seu livro "The
Essence of Parenting" - A Essência da Paternidade -, Anne Johnson e
Vic Goodman nos dão um excelente entendimento sobre autodisciplina.
Johnson e Goodman acreditam que esse amor é a essência interior e a
fundação da autodisciplina. Eles dizem: Autodisciplina é o
conhecimento e a lembrança do nosso próprio valor e mérito, quando
cada célula em nossos corpos está acreditando o contrário. Exige boa
vontade, coragem e a fortaleza em nos levantarmos e continuarmos
quando tudo o que nós queremos fazer é desistir. Autodisciplina é
ter fé no conhecimento de que nós somos pessoas boas; trabalhamos
duro e merecemos ser felizes. É saber que quaisquer pensamentos ou
crenças ao contrário, são autodestrutivas, desmoralizantes, e só nos
levam para longe da verdade.
Todos nós cometemos
erros. Todos nós acabamos nos sentindo culpados por uma ou outra
coisa. A autodisciplina é a boa vontade em aceitar as nossas
próprias falhas e fracassos. É o toque suave do perdão quando nós
estamos gritando por retribuição. É saber que a nossa raiva, o
veneno bombeando em nosso sistema, o sentimento de que nós estamos
prestes a descarregar em nossas crianças ou em nossos esposos ou
amigos ou colegas de trabalho, é nosso e somente nosso.
A autodisciplina é
lembrar-se de que não há alguém para culpar; não há ninguém nos
fazendo sentir do modo como estamos sentindo; há somente a nossa
própria raiva. É saber, nessas horas, quando nós estamos apontamos o
dedo, afogando-nos em autojustificativas e prontos para condenar,
que tudo isto é um jogo da consciência.
Com quem estamos
realmente zangados? Por que nós estamos tão machucados? Quem é que
está se queimando com estes sentimentos? ...A autodisciplina está em
lembrar-se da verdade quando nossas mentes estão cheias de dúvidas.
É a boa vontade em alcançar repetidas vezes o amor e a compaixão, a
gentileza e a bondade que vive dentro do nosso coração.
Eu vejo a
autodisciplina como a lembrança de que temos uma chama trina de
Amor, Sabedoria e Poder em nosso coração. Podemos visualizar estas
chamas a qualquer hora do dia para nos ajudar a mantermo-nos
centralizados, pois a autodisciplina é o conhecimento de que Deus
vive dentro de nós a todos os momentos, e esse Deus é Amor.
A autodisciplina é
aceitar que a nossa natureza verdadeira é amor. E quando entendemos
isto, nós nos tornamos sensíveis às nossas necessidades e as
cumprimos. Quando vocês tem um sentido falso de autodisciplina,
vocês podem se tornar viciados no trabalho. Vocês podem tender ao
exagero e ao abuso de seus corpos, porque vocês acreditam na mentira
de que vocês não merecem ser amados assim como são.
A Mãe Divina os ama
assim como vocês são! E vocês são dignos do amor d'Ela assim como
são! A questão é estar centralizado, e agir e trabalhar porque isto
agrada o Deus dentro de vocês, quando vocês o fazem.
Johnson e Goodman
explicam que a nossa consciência interior adquire o equilíbrio
através da autodisciplina. E quando nos tornamos conscientes e
aceitamos o nosso valor verdadeiro - e quando amamos e respeitamos a
verdade que vive dentro do nosso coração - então, somos capazes de
estender esta essência do nosso amor, aos outros.
Conforme nós aceitamos
e aplicamos a sabedoria do nosso coração, nós enlaçamos o próximo
nível da fórmula: Se queremos estar em conexão e sintonizados com o
nosso coração, nós primeiramente devemos nos tornar honestos com nós
mesmos e purificarmos os nossos motivos.
Todos nós necessitamos
nos tornar mais honestos com nós mesmos. E a faísca de sabedoria em
nossos corações, dá-nos a coragem para realmente olharmos em nós
mesmos e sermos capazes de ver o que é real, e o que não é. Desta
maneira, nós podemos nos empenhar em um autoinquérito e
autorreflexão amorosamente e não, criticamente.
Mestre Tseng, um
discípulo principal de Confúcio, disse: "Eu me autoavalio três vezes
por dia. Tenho eu sido infiel em meus planos e transações com os
outros? Tenho eu sido inconfiável em minhas conversas e interações
com meus amigos? Estou eu pregando o que eu não pratico?"
Johnson e Goodman
chamam este processo de "tornando-se a testemunha de nossos
pensamentos". Eles nos dizem que nós devemos reduzir o nosso passo
para vermos o que se passa em nossas mentes. Eles assinalam: "Nós
não somos nossos pensamentos, mas a testemunha de nossos
pensamentos. A testemunha não forma nenhuma opinião, julgamentos, ou
críticismo sobre o que vê... Quando mais diligentemente praticarmos
ser as testemunhas, mais fácil será para identificar e finalmente
substituir ou consumir um pensamento indesejável."
Quando compreendemos
que nossa natureza verdadeira é a amorosa sabedoria, nós temos a
fundação que nós necessitamos para começarmos a nos olhar
objetivamente e observarmos os nossos modos de comportamento, os
nossos motivos, a nossa psicologia e os nossos registros do passado.
Então, podemos receber a ajuda psicológica que necessitamos. E
podemos fazer o trabalho espiritual com a chama violeta para nos
libertarmos e nos tornarmos as pessoas amorosas que nós
verdadeiramente somos.
O quarto passo da
Fórmula: Quando nos tornamos honestos com nós mesmos e compreendemos
que a nossa essência verdadeira é amor, então nós entramos na
próxima fase da fórmula. Se queremos cultivar-nos, primeiramente
devemos entrar em sintonia e afinamento com o nosso coração.
No budismo, entrar em
sintonia com o coração é conhecido como Percepção. Percepção é estar
ciente de nossos pensamentos e sentimentos e, o mais importante,
estar atento às intimações de nosso Cristo Pessoal e da nossa
natureza búdica.
Um ensinamento do
Zen-budismo sobre percepção diz: "No começo do espirro, durante um
susto, na ansiedade, acima de um abismo, voando em batalha, em
curiosidade extrema, no começo da fome, no fim da fome, esteja
ininterruptamente consciente".
Elizabeth Clare Prophet
- Texto extraído da Pérola de Sabedoria - Vol. 41 - nr. 33
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Em uma aula da
mensageira no curso da Summit University, ela contou uma história
sobre autodisciplina de El Morya e Kuthumi, quando eles ainda
estavam encarnados.
Eles subiam a montanha
para ver seu Guru. Kuthumi parou para admirar a vista e olhar a
beleza das flores. Mas El Morya tinha pressa e não achava isso
apropriado. Finalmente, eles chegaram ao Guru e receberam os
ensinamentos, e sabe o que aconteceu? El Morya não conseguia lembrar
uma palavra disso, mas Kuthumi reteve toda mensagem.
Isto porque Kuthumi
tinha um entendimento mais elevado de autodisciplina. Após sua
ascensão, Morya passou este ensinamento para Helena e Nicolas
Roerich que foi publicado pela Agni Society. No livro 2 de “Folhas
para o Jardim de El Morya”, ele diz:
“Devemos manifestar a
disciplina de espírito, sem isso, não é possível tornar-se livre.
Para o escravo, disciplina de espírito seria a prisão, para o
liberto, seria o maravilhosos jardim da cura”.
Falamos da disciplina
que surge porque você realmente ama a si mesmo, seu Deus pessoal e a
sua preciosa alma. Amor, é a divina essência e fundação da
autodisciplina.
Autodisciplina é
lembrar e conhecer nossos verdadeiros valores mesmo quando todas as
células em nosso corpo estão crendo de outra forma. Isto requer boa
vontade, força e fortaleza para elevar-se e continuar, quando tudo o
que queremos fazer é abandonar tudo.
Autodisciplina é ter fé
e conhecimento que somos boas pessoas e merecemos ser felizes. É
saber que cada pensamento e sentimento contrário conduz à derrota e
somente nos afasta da verdade.
E se é tarde da noite,
e você está completamente exausto, não se preocupe se a louça está
suja e a casa em desordem; você vai para a cama, tem o descanso que
necessita e limpa a casa no outro dia. Isto é autodisciplina.
Maria Lúcia Vieira
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