Nenhuma das cinco línguas neo-latinas; português, espanhol,
italiano, francês, romeno - possui verbo derivado do substantivo fides, fé; todas essas línguas são obrigadas a recorrer a um
verbo derivado de credere.
Ora, a palavra pistis ou fides significa, originalmente:
harmonia, sintonia, consonância. Portanto, ter fé é estabelecer
ou ter sintonia e harmonia entre o espírito humano e o Espírito
divino.
Nos tempos modernos, é fácil estabelecer o seguinte paralelo
ilustrativo: um receptor de rádio só recebe a onda eletrônica
emitida pela estação emissora, quando o receptor está
sintonizado ou afinado perfeitamente com a frequência da
emissora; se a emissora, por exemplo, emite uma onda de
frequência 100, o meu receptor só reage a essa onda e recebe-a
quando está sintonizado com a frequência 100; só neste caso, o
meu receptor tem fé, fidelidade, harmonia ou está em consonância
com a emissora.
Se o espírito humano não está sintonizado com o Espírito de
Deus, ele não tem fé, embora talvez creia. Esse homem pode, em
teoria, aceitar que Deus existe, e apesar disso, não ter fé.
Ter fé é estar em sintonia com Deus, tanto pela consciência como
também, pela vivência. Ao passo que um homem sem sintonia com
Deus, pela consciência e pela vivência, pela mística e pela
ética, pode crer vagamente em Deus.
Crer é um ato de boa vontade; ter fé é uma atitude de
consciência e de vivência. A conhecida frase "quem crer será
salvo, quem não crer será condenado", é absurda e blasfema no
sentido em que ela é geralmente usada pelos teólogos.
Mas, se lhe dermos o sentido verdadeiro, ela está certa, porque
a salvação não é outra coisa senão a harmonia da consciência e
da vivência com Deus.
A substituição de "ter fé" por "crer" há quase dois mil anos
desviou a teologia e deturpou profundamente a mensagem de
Cristo.
Humberto Rodhen
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