"O crisol é para a prata e o forno é para o ouro: mas o Senhor prova
os corações".
O ouro constitui o foco das energias de alfa e a prata o repositório
das frequências de ômega. É o Senhor Cristo quem prova os corações,
ele é o Cristo Pessoal individual. - Texto do livro "Consciência
Cósmica: um homem em busca de união com Deus" de Elizabeth Clare
Prophet.
A linda mensagem abaixo, nos mostra melhor o significado do crisol:
Aprendi o que é Crisol quando participando de um seminário para
jovens o pastor pediu que abríssemos a bíblia no Salmo 66. Naquele
momento percebi também que eu até então lia a bíblia
superficialmente, sem me ater aos detalhes... Deixando passar a
sutileza de Deus que fala através das pequenas coisas. Já havia lido
o mesmo salmo diversas vezes! Mas nunca daquela maneira...
O Salmista começa entoando um lindo cântico de louvor pelas grandes
obras do Senhor! Até cita algumas detalhadamente, convidando todos
os povos a bendizerem o nome santo do nosso Deus! Até que no verso
10 ele diz: “Pois tu, ó Deus, nos provaste; acrisolaste-nos como se
acrisola a prata.”.
Essa foi justamente a passagem usada pelo pastor naquele culto que
mudou a história da minha vida. A prata é um metal lindo. Mas como
todo metal, ela precisa ser lapidada para que tenha algum valor
comercial.
Porém, o processo de lapidação da prata é diferente e de tão
interessante é citado pelo salmista como estratégia de Deus para
lidar com seu povo. Mas para percebermos a grandeza de tudo isso é
necessário compreendermos como se dá esse processo.
Contemplando uma pedra bruta de prata, o artífice se vê diante de um
grande desafio: fazer com que aquela pedra aparentemente sem nenhuma
beleza e valor, torne-se uma jóia rara, delicada e preciosa.
Eu já havia comentado que toda mudança causa dor, certo? E no caso
dessa transformação não é diferente!
Para conseguir alcançar seu objetivo, o artífice tem que colocar a
pedra bruta de prata no Crisol, submetendo-a a altíssimas
temperaturas.
Mas não é só isso. O artífice tem que permanecer bem junto ao Crisol
durante todo o processo, mudando a pedra manualmente de posição de
tempos em tempos para retirar dela por completo todas as impurezas.
Se ele se descuidar por um só momento, o fogo rapidamente consome a
pedra, inutilizando assim todo trabalho.
Por isso, a presença do artífice é fundamental até a conclusão do
demorado processo. E ali, pacientemente, ele vai sentindo o
calor quase insuportável do fogo em seu rosto, a dor pelo esforço
físico repetitivo, a ansiedade para ver o resultado... Tudo isso sem
perder a concentração, prestando atenção nos mínimos detalhes do seu
minucioso labor.
Enquanto que a pedra bruta de prata é exposta diretamente ao fogo
alto permitindo que sejam queimadas todas as suas vértices, deixando
que o artífice a purifique de todas as suas impurezas...
Nesse tempo, o artífice tem uma relação de intimidade com aquela
pedra. De tão próximos que ficam, ele passa a conhecer todos os
lados dela, todas as sujeiras até a mínima que seja, todos as
deformidades e imperfeições.
Ela por sua vez, confia plenamente nele e no seu zeloso trabalho.
E essa cumplicidade, esse companheirismo, essa parceria entre o
artífice e sua pedra vão crescendo até que o processo chega ao fim.
Resta-nos apenas tentar entender como o artífice sabe que o processo
chegou ao fim. Será por sua incrível sensibilidade? Será apenas pela
experiência que os anos de trabalho lhe deram?
Não... Na verdade a obra terminada dá um sinal ao artífice... E é
exatamente aqui que Deus sutilmente vem trazendo toda a preciosidade
de seus ensinamentos. É aqui que o processo de acrisolamento da
prata funde-se com o processo de implantação do caráter de Deus em
cada um de nós.
O artífice sabe quando a prata deixou de ser apenas uma pedra bruta
para torna-se uma joia rara, quando vê nitidamente o seu rosto
refletido nela.
Acho que eu poderia terminar esse texto por aqui e vocês já
entenderiam perfeitamente a verdade celestial inserida nesse
contexto. Mas quero contar a vocês o que essa verdade fez com minha
vida.
Naquele culto eu entendi que sou uma pedra bruta de prata. Todos
somos!
E estamos nas mãos do GRANDE ARTÍFICE...
Resta a nós apenas a decisão de nos deixar lapidar, transformar,
regenerar, purificar pelo próprio Deus.
Para isso necessitamos de muita coragem para enfrentar a dor das
altas temperaturas, garra para vencer o sofrimento e o incômodo da
retirada daquilo que não presta, confiança no AUTOR da obra e, fé
para crer que sairemos melhores, muito melhores do Crisol de Deus.
Foi por isso que decidi que o Crisol é meu lugar eterno. Porque,
enquanto eu viver, quero refletir a face do Meu Deus no mundo! Quero
fazer a diferença. Quero permitir que o Senhor demonstre suas obras
através da minha vida, quero ser resposta de Deus para as orações de
muitos.
Quero sentir a verdadeira paz de ser pedra bruta nas mãos do meu
Deus. Sim paz! Porque enquanto é o próprio Senhor nos manuseando com
suas mãos poderosas, nos cozendo no fogo do seu Espírito, nos
fragmentando com a espada da sua palavra, estamos em paz, porque é
com amor que ELE nos faz passar por tudo isso. E é por amor que ELE
passa tudo isso conosco.
Eu quero atravessar esse processo com intensidade na minha vida!
Quero transpor todas as etapas! Só para depois poder viver a real
essência de ser PRATA. PRATA reluzente que reflete a luz do alto,
que tem a beleza do alto, que tem o caráter do alto.
Portanto, declarar sempre que estou “No Crisol” não é apenas usar
uma frase de efeito. Nem é um hábito intencional para despertar a
curiosidade das pessoas. Estar No Crisol é adotar um novo estilo de
vida. É fazer uma ousada escolha. É tomar uma importante decisão.
E eu estou lá, "NO CRISOL". E vou permanecer. Pois é nesse lugar que
eu quero, que eu preciso estar. Para sempre!
Liss Teles